"Rejeito a sua realidade e substituo a minha própria!" - Paul Bradford, The Dungeonmaster (1984)
Em Resumo
O estudo de dependência tem mostrado que os fatores ambientais podem provocar um desejo fisiológico em viciados. Estar num bar pode criar a necessidade de beber como um alcoólatra, por exemplo. Isto é conhecido como sinalização de reatividade. Para ensinar os viciados a controlar essas reações, os médicos criaram mundos de realidade virtual, incluindo imagens, sons e até cheiros. Colocaram o viciado numa situação de disparo, como um bar ou até mesmo uma casa de crack virtual, mas num ambiente seguro. Os pacientes podiam aprender a controlar as suas reações e tornarem-se menos propensos à recaída no mundo real.A História Completa
Os métodos tradicionais para ajudar os viciados a superar as suas causas ambientais têm tido sérias limitações. Dando uma garrafa de cerveja a um alcoólatra num consultório médico, o paciente ainda estaria num consultório médico (onde seria muito estranho beber de qualquer maneira). Para combater isso, os médicos podem pedir aos seus pacientes para fechar os olhos e visualizar um cenário de ativação, como do lado de fora de um café para um fumante. Estes métodos básicos parecem ter algum impato, mas não muito. As estratégias de enfrentamento desenvolvidas num laboratório não podem realizar-se noutro lugar.A solução para estas limitações vem na forma de tecnologia de realidade virtual. Os pacientes são colocados em frente de um computador enquanto usam um fone de ouvido que lhes permite navegar o seu caminho através de um mundo virtual, como um jogo envolvente do Second Life com narcóticos adicionados. O sistema também pode incluir uma máquina para liberar odores, fumaça de cigarro para recriar o tratamento da dependência do tabaco, por exemplo.
Os artistas tornam os lugares e objetos específicos para a pessoa que está a ser tratada com uma versão virtual do seu café favorito, por exemplo. A tecnologia para fazer este trabalho corretamente é nova, por isso os cientistas estão a usá-la em conjunto com os tratamentos tradicionais no momento. Os testes que foram feitos até agora são muito promissores. Um ensaio com viciados em crack está em andamento e os pesquisadores pretendem criar a sua versão mais detalhada ainda para tratar os viciados em heroína. Tratar fobias é outro uso possível para a tecnologia. O aumento da exposição à coisa que causa medo, conhecido como aclimatação, está bem estabelecido. Aos aracnofóbicos são mostradas imagens de aranhas, seguias pela coisa real em frascos e, eventualmente, apenas a rastejar ao redor do local. A realidade virtual abre outras fobias com o mesmo método. Aqueles com medo de voar podem embarcar num avião barata, sem sair do chão.
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